O inverno está assim, Bonito, Frio (às vezes), mas Bonito!
Mesmo não olhando para as estatísticas posso dizer que este é um dos Outonos mais amenos dos últimos anos.
Sim, o Outono é Lindo!
#autumn is #beautiful
Continuamos a não aprender com a história, mudam-se os tempos mas continuam as vontades politicas, quem manda prefere construir «Elefantes Brancos» a fazer o necessário, foi assim no seculo XVIII quando escorria para a metrópole o «Ouro Preto», e continua a ser agora, andamos sempre com os «bolsos rotos» mas arranja-se sempre forma de se fazer uma obra de «encher o olho» para inaugurar em véspera de eleições. Trafulhas sempre os houve, no passado iam parar à fogueira, agora andam por aí de cabeça erguida seguidos por um batalhão de advogados.
Ouro Preto - Sergio Luis de Carvalho
Nem sempre as coisas nos correm bem.
Por vezes é mesmo assim, tinha de ser, acontece e pronto.
Outras vezes é por pura aselhice, o mais puro ato de tropeçar, cair e... voltar cometer os mesmos erros.
Acontece, da falha mais simples ao erro de palmatória.
Damo-nos conta disso -sempre- tarde de mais, horas, dias, ou até anos após... quando o arrependimento já de nada nos vale e a tristeza nos mortifica a alma... aliviamos a consciência com um qualquer: está feito, não há nada a fazer, enganamos-mos a nós mesmos para aliviar a alma,
É assim, somos humanos.
Praia do Areal - Lourinhã
Praia do Areal - Lourinhã
Praia de SuperTubos - Peniche
Praia de SuperTubos - Peniche
Praia da Areia Branca - Lourinhã
Abre o teu espírito e esquece tudo o que leste até hoje, porque um escritor Único escreveu uma história anormalmente Única, com uma solitária e Única personagem, talvez até um pouco como nós, que somos tão Únicos quando nos fechamos no nosso casulo e andamos sozinhos no meio da multidão, e para perceber isso nada melhor que uma leitura Única e imperdível como esta.
Bravo Patrick Rothfuss!
Patrick Rothfuss - A Musica do Silêncio
A sorte não se encontra, procura-se e conquista-se, não quer dizer que ocorra pelos esforços que fazemos ou pela vontade que por ela demonstremos, mas conta sempre com o nosso ânimo para se revelar.
Não consta que ninguém tenha tido a sorte de ganhar um prémio sem ter o boletim, mas se não tiver jogado terá de pelo menos que contar com o azar de quem o perdeu para que eventualmente a sorte possa ser sua.
A sorte não cai do céu, até a chuva que é chuva depende da conjugação de vários factores que proporcionam uma situação favorável à sua ocorrência, e se o agricultor acabou de plantar o nabal há-de erguer os braços e saudar a sua sorte, mas se chover e a colheita estiver na eira… bem que amaldiçoa a sua sorte e tudo o mais que lhe aparecer pela frente.
Uma viagem de mil quilómetros começa com um simples passo.
E o primeiro passo deste transporte foi dado quando fomos contactados no final do ano passado por um cliente invulgar, a JSD, para fazermos um Transporte Solidário, o objetivo seria entregar um camião de donativos num campo de refugiados. Desde o primeiro momento agarramos a causa e mantivemos a nossa determinação em executar o serviço.
E assim no inicio de Abril começamos a receber os primeiros donativos, por carrinha uns, por camião outros, mas sempre cheios de boa vontade.
A 8 de Abril carregamos o camião, e escutamos as palavras de agradecimento dos promotores da iniciativa, cheios de orgulho por trabalhar numa Empresa, que consegue ajudar, quando hoje em dia é tão difícil fazê-lo.
Foi brindado pelo sol, nas tréguas de um dia chuvoso, que o nosso samaritano partiu dos Transportes Alvaro Figueiredo em Oliveira de Azeméis para a longa viagem até ao Campo de Refugiados de Eleonas em Atenas.
Cruzou estradas de Espanha com frio, nevoeiro e neve, sempre em boa companhia já que não faltam “Figueiredos” na rota. Entrou na França pelo sul, sem muito tempo para admirar a paisagem. Numa vida onde tantas vezes o trabalho dita que se troquem as noites pelos dias, e as refeições tantas vezes ficam esquecidas, por isso é uma felicidade acabar a jornada com um jantar ao final da tarde com um companheiro da casa.
Sempre com horas contadas, o dia começa bem cedo na estrada, quando o sol desponta já o motorista conta com muitos quilómetros percorridos numa estrada repleta de solidão.
Quando há cerca de quatrocentos anos o nosso conterrâneo Frei Pantaleão de Aveiro partiu em peregrinação à Terra Santa, em busca da sua própria identidade, estava longe de imaginar que os tortuosos caminhos que as suas pobres alpercatas palmilharam através dos temerosos Alpes podem agora ser atravessados por uma rede de estradas, pontes e tuneis, que nos levam tranquilamente à sempre eterna Itália.
Seguindo por esta Europa sem fronteiras, e cada vez mais perto do destino, esta longa viagem navegou tranquilamente embalada pelas ondas do Mediterrâneo de península a península deixando a da “bota” e desembarcando no intemporal Peloponeso, dali até à capital Helénica resta uma “pequena” maratona.
Foi uma viagem sem percalços, em contraste com a dos refugiados que fomos ajudar, gente fugida da guerra que deixou tudo para trás, e que sem condições caminhou enquanto terra havia, e depois se “atirou” ao mar em busca da paz.
Levamos no camião uma carrada de esperança, e quando lá chegamos descarregamos alegria, e distribuímos um pouco de felicidade.
A ajuda foi entregue, o sentimento de missão cumprida revela-nos que os nossos objetivos foram alcançados.
Dos muitos prazeres da vida destacam-se sempre aqueles que nos dão gosto e tranquilidade, o aroma do café quente, o único tónico capaz de nos fazer desviar os olhos do livro, enquanto a alma não larga o enredo ansiosa pelo fim da chavena, àvida pela próxima linha, uma atrás da outra sempre à espera da próxima reviravolta, sempre à espera da proxima aventura.
Lembras-te daquele tempo, já no fim do liceu, em que íamos os três ou os quatro à sexta à noite beber umas botas para o Alberto, e depois de fazermos tudo aquilo que nos desse na real gana e ainda inventávamos mais umas quantas tropelias, muitas aventuras ou quantas vezes desventuras, que só acabavam no domingo mesmo a tempo de ir à missa… lembras, pois claro que lembras.
Pois bem, essa foi a nossa versão das Cidades de Papel.
Cidades de Papel - John Green
Criar uma obra que abarcasse os principais factos políticos do Século XX seria difícil, contudo Ken Follett conseguiu-o, claro que ficou muita coisa de fora, mas o que “coube dentro do livro” está brilhantemente romanceado, e surpreende mesmo quando já se conhecem os factos históricos. Uma trilogia de leitura recomendada, para ler e reler!
No Limiar da Eternidade - Triologia o Século - Ken Follet
Um conjunto de vontades e (des)enganos junta-se numa pacata estância termal, os seus protagonistas vão dançando ao ritmo das suas vontades, ora conduzindo, ora deixando-se levar, cada um com um objectivo diferente, mas acertando sempre o passo ao do seu parceiro de ocasião, numa dança pegada, repleta de compassos de insinuada atração e de acordes de desajeitada maquinação.
A Valsa Do Adeus - Milan Kundera
Caminhamos pelos altos e baixos da vida na esperança de que o futuro nos sorria, caímos e levantamo-nos, partem uns, nascem outros, e os nossos sonhos tornam-se realidade, ou talvez não, então acordamos para mais um pesadelo, mas não desistimos, atiramos o balde de água fria para trás das costas, erguemos a cabeça e arrepiamos caminho, porque Há Sempre Um Amanhã.
Livro, Há Sempre Um Amanhã - Pearl S. Buck
Eles já aguçam o dente, estão com fome de poder e vão lutar por ele nem que seja preciso renegar aquilo que dizem ser os fundamentos da sua ideologia, são astutos e determinados, representam Elites e as suas posições denunciam-no claramente. Os rumores das medidas que estes estarolas poderão eventualmente tirar da cartola passam: pela fidalguia de acabar com os exames no final do primeiro ciclo, a nobreza de permitir a adoção a casais homossexuais, aqui e ali entremeadas com as habituais medidas de defesa do proletariado, e (já agora) viva a libertinagem desta alta-roda do poder liberalizar o consumo de drogas leves.
Em politica, e tratando-se de conseguir chegar ao poleiro, tudo é possível, até fazer depois dos votos as coligações que na campanha eleitoral diziam ser irrevogavelmente impossíveis. Dizem que já têm um acordo com o partido que perdeu as eleições, embora não se conheça o seu conteúdo, até parece que o povinho não é parte interessada. Contudo continuam (ainda) presos por uma questão de “detalhe”, aguardam que a sua marioneta amestrada continue de punho cerrado e iludido com o poder, e consiga indrominar o ultimo baluarte Marxista-leninista da Europa, para poderem então abrir a dita cuja caixa de pandora quando subir ao poder a nova Elite, aqueles que sempre renegaram o poder, e dos seus comparsas, tornando o grupo dos vencidos num governo de Bloco à Esquerda.
Fora com os políticos de meia tijela empenhados em apregoar políticas irreais, radicais e pouco (ou mesmo nada) ortodoxas.
Temos assistido nos últimos tempos à ascensão mediática de (supostamente eloquentes) representantes partidários, que aproveitando o tempo de antena da guerra que eles próprios instalaram no seio da vida politica portuguesa, adoptam uma posição de constante oposição e critica destrutiva, desperdiçando assim tempo e dinheiro tão necessários a ajudar o Nosso País a dar o tão esperado ultimo empurrão contribuindo (por exemplo) para o desenvolvimento da industria, daquela que cria postos de trabalho, e capaz de gerar riqueza (HELLO!), que até prova em contrário será a uma solução para sair do (tal) “buraco”, que, nunca é de mais recordar (até porque é realidade e não filosofia), essa crise para onde fomos atirados depois de anos e anos de politicas de esquerda, centradas no sector estado em que só se apostou nos sectores não transaccionáveis estagnando (essa coisa) a dita economia real.
Os frutos vermelhos, esses radicais livres, que era suposto serem antioxidantes e benéficos à saúde do regime, ao invés disso, e depois de provavelmente terem andado a fumar daquilo que faz rir, defendem com unhas (de gel) e pivôs bem treinados, que o caminho é passar a letra morta os acordos europeus (e até outros), esquecer o deficit e a inflação, mandar os credores para o galheiro (imprimir moeda), e viver a nossa vidinha, assim tipo orgulhosamente sós, na pobretana ignorância (instrumentalizada), até porque vergonhosamente fazem vista grossa ao que se vai passando à sua volta, nem que se tenha de camuflar algumas (incómodas) notícias com recurso ao lápis azul da censura, sem demonstrarem um pingo de ética, ao arquitectarem um (talvez licito) golpe de estado, com o único propósito de fazer chegar ao poder um líder derrotado, demonstrando uma atitude quase ditatorial, que deverá fazer revolver na tumba de Salazar a Saramago todos aqueles que algum dia tiveram um pingo de hombridade.
A situação chega a ser tão patética, que os média dão (tanta ou) mais importância às baboseiras de um radical, que a uma qualquer proposta bem-intencionada feita de um qualquer reconhecido estadista. Acordem! Abram a pestana!
#AbaixooBotabaixismo
Há muito que as férias terminaram para a grande maioria, em ano de eleições não se fala de crise e assim foi, marias e maneis rumaram aos locais turísticos de nomeada, bolsos mais ou menos recheados com uns trocos, e se hoje neste bar se bebeu uma Pedras ao preço de um pack no supermercado, amanhã se poupará fazendo um arrozito de atum para quatro, que sempre é peixe, que é o que fica bem dizer que se comeu quando se anda pela costa litoral, vêm-se as vistas, disserta-se secretamente acerca da proporcionalidade inversa entre o preço dos biquínis e o tamanho do bronzeado que provocam, tosta-se a pele coisa que ainda é à borla, dá-se um mergulho no mar, encontra-se o primo emigrante na França e para discutir a teoria à volta do migrante que agora deixou ou não cair o “i”, ou o “e” ou…, volta-se para a esplanada para mais uma rodada de Super-Bock e tremoços, que isso dos camarones e caracoles é cousa para turista estrangeiro e rico, e isto anda pejado deles carago! Eles chegam alguns a pé pelos caminhos de Santiago, outros pelas estradas das maneiras mais exóticas: desde a tradicional Pão de Forma, à mais moderna Autocaravana, passando por sucatas ambulantes que parecem ter saído dos saldos de um qualquer exército há muito extinto, tudo serve, e vão todos direitinhos à nossa costa, ver o mar, de onde chegam os navios de cruzeiro, autênticas babilónias ambulantes, que brotam gentios desejosos de nos conhecer e gozar da nossa hospitalidade, de máquina fotográfica na mão e sempre de olhar posto no céu para ver este sol maravilhoso que nos abraça, e onde se avistam essas grandes aves surgidas do horizonte, são os chárteres a descer à terra, tal como profetizou um inspiradíssimo iluminado, são paletes deles que vêm para cá gastar o guito. Nas principais cidades a máquina está montada e pronta a recebê-los de braços abertos, venham e voltem sempre, que enquanto por cá andarem dão trabalho a muita gente, estes são os dias das férias dos outros, numa azafama completa e com o país a banhos eles trabalham para que outros desfrutem, são os heróis na sombra, queimados por um sol que sem escolha os beija de manhã à noite, cansados da noite que só termina já o dia vai alto, são parte de uma grande engrenagem que trabalha na surdina desde a produção, passando pela distribuição e garante que quando o cliente sentir sede lhe possa ser servida a melhor seiva que do Caramulo brota, e que sempre que este se queira aliviar nunca lhe falte a água del cano. Verão (aqueles que quiserem) que neste entretanto o país não parou, houveram muitos a trabalhar para isso, foram tantas vezes heróis na sombra. Já agora, a economia agradece?!
Mea culpa aqui faço, a vós me confesso, que por minha inusitada inércia, uma semana levei a ler uma frase deste livro, lembrou-se Saramago de relatar um dos grandes folclores da época, e de muitas outras, o soleníssimo desfile religioso do Dia de Corpo de Deus pelas ruas da capital do Império, duvido que naquela altura fosse feriado, porque regalias dessas não as haveria, como agora também não as há, resta-nos o beneplácito de nos recordarmos que seria hoje como sempre foi numa qualquer quinta-feira, escapa-nos o dia, porque esse anda sempre a mudar, para isso nos servem os calendários, contudo hão-de lembrar-se aqueles que estiveram atentos na catequese que tinha algo a ver com Páscoas findadas, dias contados, Trindades festejadas, e Pentecostes celebrados, outros, simploriamente, vão atirar logo para a ponte que se acabou, porque esses cortejos «já n'um s'usam», e o que a malta agora quer são uns quantos feriados para festejar, e outras tantas barraquinhas para petiscar, no passado tal como no presente continua a valer a moda, a Maria vai co'as outras e qualquer dia, se Nosso Senhor o permitir, o governo deixar, e o feriado regressar, o Senhor Padre lá terá de descalçar as alpercatas, e fazer passar a banda de musica, o pálio, e o andor pelo areal fora, pé ante pé pelo meio das toalhas, passando entre aquela em busca do louvado bronze e aquele que cultiva um corpo de deus, ou se São Pedro andar de candeias às avessas com os prematuros veranistas, pois não terá melhor remédio o nosso clérigo que não seja rumar a uma dessas muitas catedrais do consumo e lá encontrará o povo, prontinho para ver passar uma enorme procissão de gente, que venera montras em busca da felicidade material que nunca alcança, regressando uns séculos atrás, custou muito pois então chegar ao fim desse tortuoso paragrafo, uma frase única claro está, enxameada de vírgulas, e sempre a contar pelos dedos as páginas folheadas, desfiando um sem fim de palavras, almejando sempre o bem-aventurado ponto final que nunca mais chega, pudera, Bliminda Sete Luas e Balatazar Sete Sois ainda por lá andam, que é como quem diz, a procissão ainda vai no adro, a obra prometida para Mafra mal começou, e o mestre Saramago vai ter de nos contar tudo, tudinho, porque nesta excepção que confirma a regra, mil imagens não valem por estas palavras que perdurarão para sempre em Memorial do Convento.
Procissão do Corpo de Deus