– António de Pádua…
«Desculpasse a ignorância o meu bom padre Frei Bonifácio…», minha pedra no sapato, «… mas julgava ter ouvido ou lido algures que Frei António não era italiano.»
«Não era italiano?!...»
«A teologia e a prodigiosa erudição que tanto tinham assombrado as terras e nações por onde havia pregado aprendera-as ele em Santa Cruz de Coimbra…»
(…)
– O misticismo, alem de o ter de muito novo recebido de Deus, bebeu-o na orfandade prematura junto da sé de Lisboa e na meditação inspirada diante dos corpos mutilados dos santos mártires de Marrocos.
Atónito, Frei Bonifácio exclamou:
– Não me digais, meu querido Pantaleão, que Santo António é um santo português!...
– Sim, meu mestre – lhe disse eu sorrindo sem acinte –, Santo António de Pádua é Santo António de Lisboa.
in “A Casa do Pó” Fernando Campos
O dilema vai continuar ad eternum, mas para nós Santo António será sempre de Vale de Cambra.
– António de Pádua…
«Desculpasse a ignorância o meu bom padre Frei Bonifácio…», minha pedra no sapato, «… mas julgava ter ouvido ou lido algures que Frei António não era italiano.»
«Não era italiano?!...»
«A teologia e a prodigiosa erudição que tanto tinham assombrado as terras e nações por onde havia pregado aprendera-as ele em Santa Cruz de Coimbra…»
(…)
– O misticismo, alem de o ter de muito novo recebido de Deus, bebeu-o na orfandade prematura junto da sé de Lisboa e na meditação inspirada diante dos corpos mutilados dos santos mártires de Marrocos.
Atónito, Frei Bonifácio exclamou:
– Não me digais, meu querido Pantaleão, que Santo António é um santo português!...
– Sim, meu mestre – lhe disse eu sorrindo sem acinte –, Santo António de Pádua é Santo António de Lisboa.
in “A Casa do Pó” Fernando Campos
O dilema vai continuar ad eternum, mas para nós Santo António será sempre de Vale de Cambra.