by Hellder 'Lage' de Pinho
xiba-te
by Hellder Pinho, em 25.08.11 às 22:27link do post | favorito

Os ritmados açoites do boieiro na canga incitam os mansos a mostrar porque têm cornos, a lerda lenta parelha de bois puxa pela corda que dá vida à praia, tirado o barco não há tempo para descanso, o grasnar das gaivotas já anuncia a chegada das artes, nas redes o peixe sustento de tantos e alimento de quantos ás sardinhas juntam os pimentos, à petinga o arroz de tomate, e ás cavalas a batata da terra arada pelos mansos primos destes ou doutros.

 

Arte xávega na praia do Furadouro, pintado por: Jorge Barros

 

Arte xávega na praia do Furadouro, pintado por: Jorge Barros



xiba-te
by Hellder Pinho, em 28.05.09 às 20:20link do post | favorito

A pedido de muitos netos (e netas)...

publico o quadro, que bem poderia ter sido da nossa Avó

a Avó do Jorge


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by Hellder Pinho, em 27.05.09 às 21:48link do post | favorito

Jorge Barros expõe até ao final de Maio no átrio da Biblioteca Municipal em Vale de Cambra.

 

Surprise!

 

Seria uma noite de terça-feira como tantas outras não fosse essa a última de Fevereiro e nesse ano também a de Carnaval, a Datsun Urban nova parou frente ao café do Rogério e de lá saíram 5 bem rodadas meninas, como de costume o Ambrósio não largou o volante. As moças não vinham mais mascaradas que o habitual, os peludos e grossos casacos de peles não encobriam a actividade profissional que sem dúvida exerciam. Entraram no tasco e causaram o habitual bruá entre os habitués, que na sua tradição rural se referiam a elas carinhosamente nomeando aves, gado bovino e caprino. Cinco cafés e três Macieiras depois, fizeram-se de novo á estrada. O destino delas á muito deixara de ser secreto.

A caminho da serra a poucos quilómetros da gandra a quinta do velho solar tornou-se um destino discreto para uma clientela requintada. O estratagema deles não variava muito, juntavam-se em confraria para jantar num conhecido boteco de luxo na vila e depois discretamente saíam um após outro para a casa onde nada alternava.

Lugar de acesso restrito o prostíbulo oferecia aos seus clientes exclusivos um requintado serviço de copos, meninas e diversão. Homens de fraque e tramelo que caídos na ilusão do álcool e embriagados pelos corpos de aluguer viviam num mundo de ilusão, engano e mentira.

Surprise!(…)

Destruidor de vidas, famílias e fortunas também este bordel caiu em desgraça e no final da primavera passou á historia. As meninas voltaram a fazer-se á estrada para «ganhar» a vida, os fraques foram fechados no armário, os confrades dispersaram perseguidos pelas dívidas e pela má fama.


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by Hellder Pinho, em 25.05.09 às 19:51link do post | favorito

Jorge Barros expõe até ao final de Maio no átrio da Biblioteca Municipal em Vale de Cambra. Um dos quadros é o singular «A Avó do Jorge», passe lá e comprove você mesmo.

 

A Avó do Jorge

 

 

Na pontinha do lameiro do Mário o ainda direito velho muro (com ervas e musgo quase a tapar as pedras) apascenta as frescas águas do Vigues. No campo o alto milho verde e a vinha com os seus rebentos não deixam enganar, é Verão. Ali ao lado o pacato coaxar das rãs, mais atrás o ritmado bater da enxada do Tono que incansavelmente aproveita a água da levada para regar as novidades, mais á frente a vaca da Quinhas rapa debaixo da ramada e só o áspero chicotear do seu rabo a enxotar as moscas quebra a monotonia pachorrenta desta manhã. No ar o fresco aroma a erva e correjó acabados de cortar desprende-se do molho que o atou com um vime. Nas ervas está estendido um lençol (acabadinho de lavar) que logo terá de voltar a cobrir o colchão de palha, de joelhos na pedra do açude de Moreira a avó do Jorge, trata agora de lavar o outro e no final ainda terá de pôr as cuidadosas mãos numa roupa domingueira, aquela camisa em tons de castanho ás riscas e as calças azul matizado que o Jorge sujou ontem enquanto andava-mos roubar limões na quinta do Ti Arlindo.

A avó do Jorge veste uma saia, que lhe fez a minha avó Emília parteira. A blusa comprou-a na feira dos 23 do Natal passado, como sempre na barraca das Russas de Lourosa. Avental só tinha um (aquele) e lenço também, dera-lho a mãe... O alguidar de zinco feito pelo Carlos Bispo no alpendre na semana passada reluzia a novo... e claro, a garrafa...

«essa... trouxe-a o ano passado de Tuy, quando fomos na camioneta do Calçada fazer a excursão da Tina Marreca, viemos pelo Sameiro, olha, consolei-me...»


xiba-te
by Hellder Pinho, em 17.05.09 às 18:28link do post | favorito

Jorge Barros expõe até ao final de Maio no átrio da Biblioteca Municipal em Vale de Cambra.Pintor Jorge Barros * Paisagem


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by Hellder Pinho, em 10.05.09 às 19:09link do post | favorito

Jorge Barros expõe até ao final de Maio no átrio da Biblioteca Municipal em Vale de Cambra.

Ponte de Amarante

Ponte de Amarante


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