Reconheço que o comando da televisão tem um botão de inegável utilidade, o On/Off, que serve para desligar o aparelho…
Eu, o blog e a ritinha, fartos da chuva, do mau tempo, dos impostos, dos duodécimos, da intrujice, e de muito mais, queremos só que nos deixem viver, e não nos chateiem muito a mona.
É complicado suportar a teimosia da sociedade, não temos de ter opinião para tudo e mais alguma coisa, não temos de andar sempre a falar disto e daquilo, ter de saber se chove ou cai geada, se é preciso cortar ou pedir emprestado, se isso é tapar a cabeça ou destapar os pés, se as louras são platinadas ou verdadeiras, se fazem solário ou se pintam com verniz, se as ditas são de gel ou naturais, e sem sequer se poder testar… é preciso ter lata!
Neste país de comentadores, somos cada vez mais convidados a condicionadamente expressar “livremente” a nossa opinião para que logo a seguir, basta virar costas, sermos vitimas de chacota, porque por mais assertivos que sejamos haverá sempre um qualquer hipócrita, versado no dão da verdade suprema (a sua), pronto a vomitar uma qualquer critica de bota-abaixo.
Enfim viva a liberdade de fazer-mos ouvidos moucos (dá cá um jeitaço), de nos alhearmos da politica (já era), de mandarmos a economia para o galheiro (o pesadelo), de não reparar-mos na perua espampanante (como se isso fosse possível)...
…no fim de contas todos ambicionamos o mesmo: o blog quer posts bons, eu quero ser feliz, a ritinha não quer que a aborreçam, como todos: à procura de melhores dias!
Mau tempo, muito mau tempo,...
o melhor é ficar-me pelas recordações, mas só as boas!
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
poema de: Luís Vaz de Camões
Mais uma volta à cidade e não arranjo lugar de estacionamento, todos aqueles lugarzinhos em frente ao prédio ocupados, que nojo!, não suporto mais!, vou enfiar o carro em cima do passeio, ou num buraco qualquer e nem sequer vou meter moedinhas no parquímetro. À boa maneira portuguesa só me contento se conseguir estacionar mesmo em frente à clínica, o corredor até é largo, e com jeitinho o carro até subia ao 4º andar no elevador (vá lá no monta-cargas), mas não, tenho de continuar a andar aqui às voltas, só porque não quero gastar mais «cinco reis» de sola de sapatos… rendo-me às evidências e depois de ter perdido a conta às voltas que dei à rua e às rotundas, meto por uma rua lateral e «pimba», fico logo de cacholas, dois ou três lugares ocupados e meia dúzia de lugares vazios.
Cheguei tarde à consulta, e culpei logo a falta de estacionamento (mentira), se a médica fosse dentista até os dentes me caíam. No fim e feitas as contas o resultado foi o habitual: desembolsei 60 «broas» para saber que está tudo bem, deveria era estar todo feliz e contente, e mais nada. De regresso ao carro ainda me perdi frente à montra da esquina à conversa com uma «perua» conhecida, quando me lembrei… do estacionamento, já era tarde...
Desde que a Câmara Municipal entregou o serviço de estacionamento a uma empresa privada (as famigeradas PPP), o zeloso palmilhador de parquímetros passa o dia acima e abaixo, à procura do talãozinho, ou melhor da falta dele, e parece que encontrou mais um, o bilhete e o envelope no limpa pára-brisas não deixam duvidas, mais um incauto condutor vai ter um presente quando regressar à viatura, desta vez… andei às voltas, às voltas, mas mesmo assim por 15 cêntimos… passou.