O melhor do mundo são as crianças, ou deveria ser… acontecimentos como os quaisquer últimos que nos venham á memória reforçam a ideia que as autoridades por (muitas) vezes cometem o terrível erro de considerar a criança como o mal menor. Nos últimos tempos a cega justiça portuguesa tem demonstrado não estar á altura de decidir tendo em conta o superior interesse da criança. Os mais diversos organismos portugueses são pródigos em desconsiderar e até esquecer que uma criança é acima de tudo um ser (e não um objecto). São inúmeros os casos de adopção que se arrastam interminavelmente, de pais que não conseguem adoptar e de crianças que assim não encontram nova família. Gostava de estar piamente convencido que os adultos não fazem por mal, mas quando vêem a lume situações como o caso casa pia, perco toda a confiança nas instituições.
Nas escolas são inúmeros e infindáveis os exemplos de como são negligenciados os direitos das crianças, por mais operações de cosmética que se façam, ao estilo Magalhães, continua muito por fazer. Pondo de parte as questões pedagógicas, essa batalha e outra, encontramos:
salas de aula sem condições, refrescantes de inverno e escaldantes na primavera e verão
crianças que têm de sair e chegar de casa de noite para ir á escola
escolas fechadas por razões empíricas
falta de equipamentos auxiliares de ensino
escolas sem pessoal auxiliar suficiente, onde sem controle facilmente proliferam os incentivos aos vícios
etc, etc, etc
As crianças deveriam crescer num ambiente saudável e cativante, onde fossem incentivadas a ter uma cultura de desenvolvimento, numa busca constante pelo conhecimento, para que o futuro colectivo seja risonho para todos. Sonho alto, pois! Contudo os jovens continuam a abandonar a escola muito cedo, não basta que um jovem estude até ao 12º ano é preciso que ele tenha uma formação superior, com futuro e com saída válida para o mercado de trabalho. Várias opiniões tentam explicar «mal» esta situação:
Os jovens abandonam a escola porque as famílias não têm (mesmo) condições para suportar os elevados custos do ensino (que deveria ser tendencialmente gratuito)
Os jovens abandonam a escola porque «não dão uma para a caixa», mais de uma década estudar e (na real verdade) nunca foram suficientemente cativados para o estudo ou nunca houve a preocupação em lhes proporcionar estudos que fossem de acordo com as suas aspirações ou apetências
etc, etc, etc
BASTA, não escrevo mais, porque estou enojado com este post manhoso que se arrisca a estragar a alegria de festejar este dia, que é não só da criança, como também da criança que vive dentro de todos nós!