Acerca da tragédia ocorrida esta semana em Aveiro…
Recordo-me dos tempos em que tantas vezes fui para o trabalho de cabeça perdida, em que de repente tudo tinha um sentido absurdo… a convivência quotidiana com o stress induzia-me um estado de alucinação estúpida que (embora avisado) recusava admitir.
Cego por vontade própria, via-me prisioneiro de uma teia da qual recusava sair. O telemóvel tocava e nem a mecânica sincopada do seu atendimento despertava o sentimento de que algo ficou esquecido, e aqueles dias por vezes pareciam tão estupidamente normais como qualquer outros.
Malditos tempos aqueles em que falsamente me convencia que tem de ser e tem de ser feito e me deixei ludibriar pela fantasia do stress, fui dominado pela ansiedade e pela depressão, não parei para pensar e nem sequer ouvi os outros.
O recuperar da consciência foi lento e penoso, não sofri sozinho, pior, fiz sofrer também aqueles que comigo estavam!