Neste longo rescaldo da revolução do 25 de Abril, há ainda questões que os livros da escola não me esclareceram, que os professores não souberam explicar, e que ainda hoje não constam dos manuais de Historia dos meus filhos, que há pergunta se sabiam o que foi o 25 de Abril pouco mais souberam dizer além de: «foi a Revolução dos Cravos», e que devia ter alguma coisa a ver com a musica porque foi disso que lhes falaram, … pois claro!, uma Rave ou um festival de primavera em 1974, onde apareceram uns quantos militares de chaimite e de armas adornadas com cravos vermelhos, vai daí depuseram a ditadura fascista, que era anti-cultural não deixava passar na rádio a musica que a malta queria ouvir, e que revia os textos dos jornais para que ficassem a gosto dos mandantes do regime. Aí está!, tivemos aqui em Portugal uma revolução romântica.
Ao longo dos tempos tenho vindo a prestar atenção ao tema para ver se alguma coisa me escapou, isto porque, não é a revolução que me preocupa, mas sim o após revolução e as suas consequências. No fim da “festa” foi preciso arrumar a casa, mandar vir os soldados que lutavam nas colónias, e iniciar a descolonização (que tinha de ser feita), mas tendo em conta todas as agruras por que passaram as ex-colónias nestes anos…, fizemos um trabalho muito mal feito. As nossas “lides domésticas” também foram desastrosas: nacionalizações, e reforma agrária, as industrias eram lucrativas, as searas cultivadas, mas depois deixaram de o ser!..., claro que havia a questão do proletariado, e outras… mas não haveria outras formas de o fazer sem arruinar tudo?!
Talvez daqui a umas décadas este assunto seja dignamente aflorado, quando já não estivermos debaixo da “censura” da ideologia instalada no pós-revolução.